Maria Carolina fala sobre escritoras negras

          A primeira mesa-redonda do 11º Seminário do GPLV acontecerá no dia 2 de maio às 14h no Auditório Macunaíma. Sob mediação da Prof. Dra. Aurora Cardoso de Quadros (Unimontes), a Mesa 1 tem por tema "Literatura de Autoria Feminina: Percepção e Visibilidade", reunindo os seguintes pesquisadores:

  • Anna Faedrich (UFF), para a palestra: Literatura brasileira escrita por mulheres;
  • Claudete Daflon (UFF), para a palestra "Poesia da criação: a roça decolonial de Josely Vianna Baptista";
  • Maria Carolina de Godoy (UEL), para a palestra "Considerações sobre novas perspectivas na literatura brasileira: escritoras negras";
  • Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS), para a palestra "Mulher explícita, de Alciene Ribeiro".
         Eis, abaixo o resumo da palestra a ser proferida pela Profa. Dra. Maria Carolina de Godoy:

Considerações sobre novas perspectivas na
literatura brasileira: escritoras negras

Maria Carolina de Godoy (UEL)

Vozes autorais, temáticas e pontos de vista ligados ao universo feminino estão marcados em contos, romances, crônicas, poesias e diários que descrevem o cotidiano, as lutas e as conquistas de mulheres negras desde o final do século XIX até início do XXI. Pretende-se abordar as produções de Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves, mostrando nuances da construção identitária da mulher negra. Conceição Evaristo, escritora reconhecida na produção literária afro-brasileira, (con)cede a voz às mulheres-narradoras que relatam suas experiências de resistência e reescrita de suas histórias, após superarem condições adversas impostas pela sociedade. Uma voz presente em todas as narrativas de Insubmissas Lágrimas de mulheres (2011) alinhava, retomando-se a imagem do tecer enredos como quem costura experiências, essas narrações umas às outras ao posicionar-se como ouvinte e responsável por reuni-las, exercendo a liberdade ficcional da contadora dos relatos coletados. O romance Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves, marca a história da literatura afro-brasileira não apenas pelo registro da trajetória de Kehinde, protagonista que sintetiza tradições e contradições provenientes do encontro entre culturas e histórias individuais, mas também pelas imagens literárias presentes discursivamente nesse percurso. Além da análise das marcas identitárias deixadas na escrita literária, é interesse deste trabalho refletir de que modo ocorre a divulgação das obras dessas autoras, levando-se em consideração editoras, meios digitais, feiras literárias e outras formas de difusão de suas obras, uma vez que expandir a produção literária é uma maneira de afirmar a identidade das escritoras em territórios diversos. Para as reflexões são selecionadas obras de Stuart Hall (2016), quanto aos conceitos de identidade e representação, Eduardo de Assis Duarte (2011) sobre literatura afro-brasileira, ao lado de artigos críticos de Sueli Carneiro (2011) e Djamila Ribeiro (2017), no que se refere à escrita das mulheres negras.

               Serão quatro mesas-redondas no evento. As demais mesas são objeto de postagens específicas.

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